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Le rôle de la télé selon Le Lay >..< O papel da televisão, por Patrício T. F.1

jeudi, avril 9th, 2015

(tradução-adaptação em português >..< artigo original da AFP – en français – mais abaixo)

O papel da televisão, por Patrício T. F.1

O papel da televisão é ajudar a Coca-Cola [Company] a vender seu produto”

“Existem muitas maneiras de se falar sobre televisão. Mas numa perspectiva ‘business’, sejamos realistas: basicamente, o papel  de nosso canal de televisão2, é de ajudar a Coca-Cola, por exemplo, a vender seu produto”, estima Sr. Patrício.

“Ora [pois], para que uma mensagem publicitária seja captada, é preciso que o cérebro do telespectador esteja disponível. Nossas emissões têm como vocação [missão] torná-lo disponível: quer dizer, diverti-lo, relaxá-lo para prepará-lo entre duas mensagens [propagandas]. Aquilo que vendemos à Coca-Cola, é [parte do] tempo de cérebro humano disponível”, prossegue o presidente do canal 1.

“Nada é mais difícil do que obter esta disponibilidade. É aí que se encontra a mudança permanente. É preciso buscar permanentemente [constantemente] programas que funcionem, seguir as modas, surfar sobre as tendências, num contexto em que a informação se acelera, se multiplica et se banaliza. A televisão é uma atividade sem memória. Se comparamos esta indústria à indústria de automóveis, por exemplo, para um construtor de automóveis, o processo de criação é bem mais lento; e se seu veículo é um sucesso, ele ao menos terá tempo de saborea-lo. Nós, nós nem temos tempo pra isso”, constata Patrício T.F.

“Tudo passa pelos índices de audiência. Nós somos o único produto no mundo que ‘conhece’ seus clientes por segundo, depois de um prazo de vinte e quatro horas”, goza enfim o presidente T.F.

[As declarações acima são de Patrick Le Lay, que era na época o presidente de TF1, o canal de televisão francês de maior audiência. Elas aparecem num livro desses de “management” cujo título é “Os dirigentes diante da mudança”3, publicado em maio de 2004 na França. Dentre os vinte “patrões” entrevistados tinham magnatas da telefonia (Michel Bon, ex-France Télécom), de banco (Michel Pébereau, BNP-Paribas), de seguradora (Henri de Castries AXA). O prefácio é do presidente do Medef (Movimento das Empresas da França), na época, Ernest-Antoine Seillière.]

Exceto pelos colchetes, as citações foram traduzidas tal qual apareceram no artigo da AFP (Agence France Press), do dia 9 de julho de 2004.

Traduzido e adaptado por André HENRIQUES.

1 nome fictício dado a Patrick LE LAY, presidente do canal francês TF1, privatizado em 1986.

2 No lugar de nosso canal de televisão, no texto original, está “TF1”, canal campeão de audiência na época.

3 Les Dirigeants face au changement, Editions du Huitième Jour – é o nome em francês do livro de entrevistas.

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Le rôle de la télé selon Le Lay

Le métier de TF1, « c’est d’aider Coca-Cola à vendre son produit »

Patrick Le Lay, PDG de TF1, interrogé parmi d’autres patrons dans un ouvrage intitulé Les Dirigeants face au changement (Editions du Huitième Jour), livre sa conception de la télévision. « Il y a beaucoup de façons de parler de la télévision. Mais dans une perspective ‘business’, soyons réaliste : à la base, le métier de TF1, c’est d’aider Coca-Cola, par exemple, à vendre son produit », estime M. Le Lay.

« Or, pour qu’un message publicitaire soit perçu, il faut que le cerveau du téléspectateur soit disponible. Nos émissions ont pour vocation de le rendre disponible : c’est-à-dire de le divertir, de le détendre pour le préparer entre deux messages. Ce que nous vendons à Coca-Cola, c’est du temps de cerveau humain disponible », poursuit le PDG de la Une.

« Rien n’est plus difficile, assure-t-il, que d’obtenir cette disponibilité. C’est là que se trouve le changement permanent. Il faut chercher en permanence les programmes qui marchent, suivre les modes, surfer sur les tendances, dans un contexte où l’information s’accélère, se multiplie et se banalise. » « La télévision, c’est une activité sans mémoire. Si l’on compare cette industrie à celle de l’automobile, par exemple, pour un constructeur d’autos, le processus de création est bien plus lent ; et si son véhicule est un succès il aura au moins le loisir de le savourer. Nous, nous n’en aurons même pas le temps ! », constate Patrick Le Lay.

« Tout se joue chaque jour sur les chiffres d’audience. Nous sommes le seul produit au monde où l’on ‘connaît’ ses clients à la seconde, après un délai de vingt-quatre heure », se réjouit enfin le PDG de TF1.

Les associés d’EIM, société de conseil opérationnel, ont interrogé une vingtaine d’autres dirigeants, outre M. Le Lay, notamment Michel Bon (ex-France Télécom), Robert Louis-Dreyfus (LD Com), Michel Pébereau (BNP-Paribas), Henri de Castries (AXA). EIM souhaitait « prendre le pouls » de l’entreprise française « face à ses nouveaux défis ». Le livre, préfacé par le président du Medef, Ernest-Antoine Seillière, a été publié en 2004. – (AFP.)