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GORI: La novlangue de la psychopathologie

samedi, septembre 19th, 2015

Pra não me esquecer de traduzir, colo aqui mais uma tentativa de entender o que me cerka e insiste em não dizer seu nome:

« Faute de remettre en cause le pouvoir autoproclamé de l’expertise et de l’évaluation généralisée, la santé mentale redeviendrait une branche de l’hygiène publique dont la psychiatrie est issue. Elle se trouverait réduite ainsi à un dispositif biopolitique de recomposition de nos sensibilités psychologiques et sociales au sein duquel nous deviendrions tous des exclus potentiels à l’intérieur de la cité. Un tel dispositif risquerait au nom de la « science », quelque peu malmenée, de se faire le simple alibi d’un pouvoir souverain sur ce que Giorgio Agamben nomme « la vie nue » des exclus. Lorsque la vie et la politique s’identifient, le risque est grand de voir se développer ces totalitarismes qui font du « biologique » cette fatalité au nom de laquelle les décisions politiques sont recodées comme des normes « naturelles » […] Nous ne devrions pas oublier que nos décisions ne relèvent d’aucune naturalité mais procèdent presque toujours d’actes et de paroles dont émerge notre humanité4 « 

Roland Gori, « La novlangue de la psychopathologie aujourd’hui », Figures de la psychanalyse, 1/ 2007 (n° 15) , pp. 151-165, [2] [archive], DOI:10.3917/fp.015.0151.

Não conheço muito seu trabalho, mas a partir de umas emissões de rádio (esta aqui, por exemplo) e da wikipédia, donde tirei a citação acima, e algumas entrevistas, dá pra perceber que é mais uma voz na psicanálise contra o ‘cientificismo’ reinante operando sob a lógika empresarial e servindo às políticas de contenção, instrumentalização e exclusão do humano.

Eis uma tradução rápida da citação:

« Ao não colocar em questão o poder autoproclamado da expertise e da avaliação generalizada, a saúde mental voltaria a ser um ramo da higiene pública, donde a psiquiatria saiu. Ela se encontraria reduzida assim a um dispositivo biopolítico de recomposição de nossas sensibilidades psicológicas e sociais no seio do qual nós nos tornaremos todos potenciais excluídos no interior da cidade. Um tal dispositivo correria o risco de, em nome da ‘ciência’, um tanto maltratada, de se passar por simples álibi de um poder soberano sobre aquilo que Giorgio Agamben nomeia de ‘a vida nua’ dos excluídos. Quando a vida e a política se identificam, o risco é grande de se ver desenvolver os totalitarismos que fazem do ‘biológico’ esta fatalidade em nome da qual as decisões políticas são recodificadas como normas ‘naturais’ […] Nós não deveríamos nos esquecer que nossas decisões não carregam nenhuma neutralidade mas procedem quase sempre de atos e falas donde emerge nossa humanidade. »